Com faturamento médio mensal de R$ 50 mil a R$ 88 mil, as franquias de espaços infantis estão em expansão no país. A rede Clube da Criança quer abrir 50 unidades, em cinco anos, e a Play Space 120 no mesmo período.
O investimento inicial é a partir de R$ 270 mil, no caso do Clube da Criança, e de R$ 300 mil para a Play Space. Os valores incluem taxa de franquia, instalação e capital de giro.
A margem de lucro varia de 20% a 40%, segundo as empresas. O percentual é alto, de acordo com as redes, porque os shoppings e outros estabelecimentos dão desconto no aluguel desses espaços por terem interesse em oferecer o serviço aos clientes.
Mesmo com o valor da locação reduzido, a rentabilidade desse tipo de franquia não deve chegar a 40%, segundo João Augusto Bueno, diretor-executivo da consultoria Fábrica 3.
"O empreendedor deve desconfiar e checar com outros franqueados da rede se as informações passadas pela matriz são reais", diz.
A ABF (Associação Brasileira de Franchising), por exemplo, afirma que uma margem de lucro confiável vai de 10% a 15%.
Redes cobram a partir de R$ 9 por 15 minutos no espaço. Estes espaços oferecem recreação para as crianças enquanto os pais fazem compras no shopping. Entre as atrações estão piscina de bolinhas, camarins com fantasias de princesas e super-heróis, teatro de fantoches, escorregadores, entre outras atividades.
As unidades Clube da Criança têm de 60 a 250 metros quadrados e precisam de 12 a 15 funcionários, segundo a sócia da rede Letícia Ballvé, 32. O preço para deixar a criança por 15 minutos no espaço é R$ 9.
Já a Play Space tem lojas com, em média, cem metros quadrados e seis funcionários, de acordo com a sócia-fundadora da rede Maria Eduarda Pessôa de Queiroz, 36. O valor cobrado por 30 minutos é R$ 24.
"Nosso foco é trazer brincadeiras lúdicas de antigamente para as crianças, algo que dificilmente elas têm contato em casa. Nas nossas unidades, não há videogames e jogos eletrônicos propositalmente", afirma Queiroz.
Segmento tende a crescer, mas investimento é alto
Para a diretora geral do Grupo Bittencourt, consultoria em franchising, Cláudia Bittencourt, os espaços infantis em shoppings geram conveniência para os pais e, por isso, tendem a crescer.
"Os serviços que geram conveniência e economia de tempo estão em alta, principalmente entre as mulheres que trabalham fora de casa. No entanto, o investimento em uma franquia de espaço infantil é, relativamente, elevado", declara.
Por outro lado, a consultora diz que o franqueado precisa ter cuidado redobrado na hora de contratar e treinar os funcionários, pois eles vão lidar com crianças o dia todo. "Os profissionais precisam gostar do que fazem e ter disposição para aguentar o pique das crianças."
Bittencourt afirma, ainda, que o franqueado precisa ter procedimentos claros para evitar acidentes com os pequenos. Antes de aceitar uma criança, é preciso perguntar aos pais se ela tem alguma alergia ou problema de saúde.
"Além disso, os funcionários devem ter um treinamento de primeiros-socorros e telefones de emergência à mão, caso alguma criança passe mal ou se machuque."
Peças e objetos pequenos podem causar acidentes. De acordo com Bueno, da consultoria Fábrica 3, os brinquedos devem ter certificação do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) para reduzir o risco de acidentes.
Além disso, é preciso estar sempre atento para que as crianças menores não se engasguem com peças e objetos pequenos. "Os brinquedos devem seguir rigorosamente a idade adequada, indicada na embalagem", diz.
Fonte: Uol
Voltar | Índice de Empreendedorismo |