Empreendedores interessados em mostrar o real impacto social e ambiental de seus negócios ganharam mais uma frente de apoio. Foi lançado hoje (24), em São Paulo, o braço nacional do Sistema B, uma iniciativa para apoiar e certificar empresas B, aquelas que criam produtos e serviços focados em resolver problemas socioambientais.
"Evoluímos de um modelo focado em bons produtos para o de boas empresas. O empreendedor é o motor dessa grande mudança", afirmou Jay Coen, um dos fundadores do Sistema B, na abertura do evento de apresentação. "Nos Estados Unidos, temos 60 milhões de consumidores responsáveis e US$ 3,7 trilhões de fundos focados em empresas de impacto socioambiental."
A iniciativa, criada nos Estados Unidos, chega ao Brasil pelas mãos do grupo carioca CDI, focado em usar a tecnologia para capacitar jovens de baixa renda. Para liderar a empreitada, o CDI fechou parcerias com a Fundação BMW, o Instituto de Cidadania Empresarial e o Instituto Arapyaú.
Eles atuarão em duas frentes: a primeira é fazer a ponte entre os empreendedores brasileiros e a certificadora americana B Lab, e a segunda, fomentar a comunidade de empresas B no país, reunindo empreendedores, investidores, acadêmicos e até políticos. “Queremos fortalecer o ecossistema de negócios de impacto no Brasil”, afirma Marcel Fukayama, 29 anos, CEO do CDI. “Nossa meta é ter 15 certificadas até o final do ano e realizar um grande evento global em março de 2015.”
Em seis meses, o CDI mapeou 130 empresas com potencial para serem certificadas no país. Até agora, sete já têm o selo do B Lab: CDI Lan, Ouro Verde Amazônia, Plano CDE, Abramar, Aoka, Maria Farinha Filmes e Kapa+. Em todo o mundo, 855 negócios de 28 países têm o selo de empresa B.
Como é a certificação
A certificação de uma empresa B leva em conta o impacto que ela causa na economia, no ambiente e como ela se relaciona com seus funcionários e com a comunidade a seu redor.
Em uma pontuação de 0 a 200 pontos, ganha o selo quem atinge ao menos 80 pontos.
"Medir e demonstrar resultados deixa o impacto social mais claro para o investidor", diz Daniel Izzo, cofundador da Vox Capital.O processo é realizado nos Estados Unidos e auditado pela Deloitte. Qualquer empresa pode participar 80% das certificadas em todo o mundo são negócios de pequeno e médio porte, segundo Fukayama.
A certificação vale por dois anos, e seu custo varia de acordo com o faturamento. Empreendedores que têm receita anual de até US$ 1 milhão, por exemplo, pagam US$ 500. No site, dá para fazer uma avaliação gratuita do impacto socioambiental.
"Não dá para ter uma empresa bem-sucedida em uma sociedade problemática. Por isso, precisamos multiplicar os empreendedores sociais, que veem em cada desafio social e ambiental uma solução de negócio", disse Guilherme Leal, presidente do conselho da Natura, em sua apresentação.
Depois de receber o selo, a empresa assina um termo de compromisso e altera seu estatuto para reforçar o compromisso em considerar o impacto socioambiental de suas operações antes de tomar decisões estratégicas. Quem descumpre esse termo perde a certificação, pois não pode renová-la ao final dos dois anos de validade.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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