Negócio de brinquedo é coisa séria! Empresários investem no mercado de brinquedos para adultos e transformam o hobby num empreendimento. Eles atendem colecionadores que pagam caro para ter peças raras e exclusivas.
Os personagens saíram das telas de cinema e das histórias em quadrinhos. São miniaturas perfeitas, importadas do Japão ou dos Estados Unidos. E até parecem jóias numa vitrine.
“Tem aqueles que colecionaram selos, moedas, notas de países. A gente coleciona brinquedo de adulto”, explica o colecionador Elder Haddad.
Rodolfo Pranaits e dois sócios transformaram em negócio a paixão por personagens de cinema. Há dois meses, eles investiram R$ 400 mil para abrir uma loja e já contabilizam um faturamento mensal de R$ 100 mil.
“O fato de ser raro e edição limitada faz com que o produto ganhe um valor um pouquinho maior e o cliente prima por exclusividade, ele gosta de ter uma peça que nem todos podem ter, ele gosta de ter uma peça que ele sabe que nem ele só quinhentas, seiscentas ou setecentas pessoas no mundo todo vão ter”, observa o empresário Rodolfo Pranaits.
A exclusividade tem um preço alto. Miniaturas do Poderoso Chefão, Batman e Coringa custam R$ 800. O boneco Luke Skywalker vale mais de R$ 1200 e o busto do predador não sai por menos de R$ 4 mil.
A peça mais cara está com os dias contados na vitrine da loja. O verdadeiro colecionador não pensa em economia na hora de comprar.
“Um grande número de pessoas preferem, em vez de comprar dez peças a R$ 70, comprar uma de R$ 700, só que uma peça top, uma peça super luxuosa, super fantástica que dá um tchan muito legal”, diz Pranaits.
Para atrair mais consumidores, na faixa dos 20 aos 50 anos, Rodolfo adotou uma estratégia:
“A gente tem um cartão fidelidade onde o cliente a cada R$ 100 de compras ele ganha um selo e juntando dez selos ele ganha uma compra automática na loja de R$ 50. Ou seja, ele está sendo bonificado por estar vindo na loja e por estar sempre comprando aqui conosco”, revela o empresário.
Uma outra loja de brinquedos antigos está no mercado há doze anos. Fábio Eduardo Fernandes trabalhava com rádios comunicadores quando vendeu uma coleção de miniaturas de fuscas numa feira. Ele teve lucro, descobriu que esse era um bom negócio e nunca mais parou.
Para alugar uma sala comercial e manter um pequeno estoque, o investimento inicial do empresário foi de R$ 4 mil. Há cinco anos, ele criou a loja virtual. Com uma venda média de quinhentas peças, por mês, Fábio Eduardo tem um faturamento mensal de R$ 12 mil
O estoque de quatro mil peças, da loja virtual, pode ser acessado no site que hoje é única ferramenta de vendas do empresário.
“Eu me organizo pelo site, nós temos o site e lá ficam relacionados todos os brinquedos que temos. Conforme vão saindo do estoque, o site mesmo dá a baixa automática e conforme vai entrando a gente vai colocando manualmente”, afirma o empresário.
A peça mais valiosa do acervo de Fábio Eduardo custa R$ 1000. O carrinho de autorama, réplica da Lótus pilotada por Emerson Fittipaldi em dois grandes prêmios da década de1970. O que torna o brinquedo tão raro é que ele saiu apenas em uma versão de autorama.
“A gente consegue pegar daquelas pessoas que tem brinquedos em casa e que não são mais crianças. Pessoas que não querem mais os seus brinquedos velhos e nos oferecem e vendem. E temos também algumas pessoas que trabalham conosco e chamo de garimpadores. São pessoas que vão para outras cidades, ou que têm conhecidos, e que trazem para nós os brinquedos antigos. São os olheiros”, explica Fernandes.
Um colecionador de miniaturas de bicicletas já bateu a marca de mais de 300 modelos diferentes. Cliente da loja virtual, ele está sempre em busca de novidades.
“Eu gosto das miniaturas pela beleza, pela qualidade, pelos tipos de materiais diversos, algumas são feitas de pedaço de papel, outra feita de um material mais nobre, mas sempre com a miniatura”, diz o cliente Paulo Cerisola.
Se depender dos clientes que fazem questão de levar para casa personagens de ficção e peças raras, o negócio de brinquedos de adultos vai ser sempre um caso de sucesso.
“Acho que gosto de conservar, preservar também a memória das coisas, não é só um brinquedo porque raramente você brinca com ele, você põe até uma cúpula para proteger da poeira e das intempéries, mas raramente vai brincar. Você vai olhar”, completa o cliente Nelson Penna.
Fonte: TV Globo - Pequenas Empresas, Grandes Negócios
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