Gircilene de Castro, 40 anos, tem uma história excepcional de empreendedorismo. Antes de fundar a empresa de alimentação corporativa Alimex, que no ano passado faturou R$ 3 milhões, teve outras experiências. Nessa jornada empreendedora, sua mãe e sua família foram a fonte de apoio para que ela nunca desistisse.
Gircilene conversou com os leitores de Pequenas Empresas & Grandes Negócios por meio do Face to Face, um bate-papo via Facebook, e respondeu às principais perguntas e inseguranças desses futuros e atuais empreendedores. Confiram:
Marfisa Cristina Lemos: O que a Alimex faz?
Gircilene: A Alimex é uma empresa no segmento de alimentação corporativa, ou seja, prestamos serviços a todos os clientes que desejam oferecer aos seus funcionários alimentação no local de trabalho, desde o café da manhã ao almoço, lanche da tarde e ceia.
Cris Gamon: Como você iniciou sua empresa?
Gircilene: Comecei visualizando uma oportunidade na empresa que trabalhava. Lá, os funcionários, meus colegas, reclamavam muito da comida. Assim, comecei a pesquisar, a fazer cursos à noite, até que tomei a decisão de sair e empreender. Falando assim parece fácil, não é? Mas não. Você deve trabalhar muito, e, principalmente, escolher bem, muito bem, o sócio. Então, o que posso lhe dizer é: analise, pesquise e procure conhecimento na área que quer empreender.
Drika Monteiro: Você ficou indecisa no início? Qual foi o momento em que tirou sua ideia do papel e colocou sua empresa em prática?
Gircilene: O medo e a insegurança fazem parte, pois não temos a resposta para tudo e nem a certeza que dará certo. Porém, quando o sonho, o desejo são maiores, então o medo e a insegurança ficam em segundo plano. Quando você quer e começa a buscar respostas, a conhecer a fundo em que quer empreender, o que quer fazer, você empreende. A minha virada foi quando cadastrei a minha empresa na Associação Comercial do Bairro e lá comecei a fazer alguns contatos. Nesse meio tempo, fiquei sabendo do Programa 10.000 Mulheres do Banco Goldman Sachs em parceria com a Fundação Dom Cabral. Aí segurei a oportunidade com unhas e dentes. Além de ter sido a primeira mulher escolhida, fui convidada a participar do lançamento do projeto em Londres.
Menandes Lucatelli: Você teve e procurou ajuda da sua família no começo? Recomenda contar com esse apoio integralmente?
Gircilene: A família é meu alicerce. Se não fosse o apoio da minha mãe e meu marido, que hoje é meu sócio, com certeza não estaria onde estou. Eles me ajudaram demais, emprestando dinheiro, ficando com minhas filhas. São pessoas que acreditam em você, na sua competência, que irão a apoiar nos momentos mais difíceis.
Gilmara Patrícia B Carneiro: Qual o valor do seu faturamento você mantém como capital de giro?
Gircilene: Reservamos 30%, pois o investimento para nos organizar, melhorar nossos processos e ter a excelência no atendimento como queremos ter, precisa de um valor alto e muito tempo.
Gusthavo Leite: Os resultados vieram em quanto tempo na sua empresa?
Gircilene: Comecei a ver a cor do dinheiro somente depois de cinco anos de muito trabalho e de pagamento dos empréstimos com minha família. No inicio, recorremos a todos com quem podemos contar. Porém, lhe digo, 90% do lucro foi investido na empresa, pois estamos melhorando nosso centro de distribuição, nossos sistemas e nossos procedimentos, principalmente o treinamento.
Andréa Andréa: Meu maior desafio é captação de clientes. Tem alguma dica?
Gircilene: Vá até seus clientes, principalmente aqueles com quem você tem mais proximidade, e peça a relação dos clientes deles e, assim, você vai conquistando outros. Além disso, procure uma associação de empresários e se cadastre. Lá eles podem lhe fornecer uma relação enorme de possíveis clientes.
Juliana Passos de Toledo: Comecei a vender sapatilhas femininas e meu lado empreendedor aflorou. Mas o medo de investir nesse sonho é maior e sinto que posso estar deixando passar uma grande chance. O que devo fazer?
Gircilene: Se joga com responsabilidade, mas se joga. Dê-se a oportunidade de acertar ou errar. Sabemos que o valor a investir não é fácil conquistar, buscar, mas se tiver com quem contar, acredite, realize o seu sonho. O medo e a insegurança fazem parte, mas não deixe que eles te paralisem.
Centro de Referência da Mulher Empreendedora: O que você pode passar como fundamental para o sucesso de uma empreendedora?
Gircilene: Determinação, coragem e conhecimento, para mim, são pontos fundamentais para ter um caminho promissor.
Viviane Carvalho Leite: O que você diria pra uma mulher que tem o sonho de abrir sua própria empresa, mas não tem coragem de arriscar?
Gircilene: Eu diria para ter coragem e ir em frente! Acredite em você, no seu sonho. Você pode, nós mulheres podemos! Conseguimos equilibrar tanta coisa no nosso dia a dia, absorver tantas situações difíceis, então por que não realizar o seu sonho?
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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