BRASÍLIA - A quantidade de empregadoras no país cresceu 19% em uma década. Já entre os homens, esse aumento foi de apenas 3%. É o que constata o Anuário das Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras em Micro e Pequenas Empresas, elaborado pelo Sebrae em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Na média, o crescimento de empregadores - homens e mulheres - foi de 7%.
"O crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho é uma tendência muito forte no país. Esse incremento está impactando também na quantidade de mulheres que escolhem o empreendedorismo como meio de vida e que geram emprego e renda para milhões de brasileiros", afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.
O incremento no número de mulheres empregadoras foi um pouco superior ao do total de empreendedoras como um todo (empregadoras e conta própria). Entre os anos 2002 e 2012, o número de mulheres empreendedoras cresceu 18%, o de homens 8% e o total 11%. Atualmente, as mulheres correspondem a 31% do total de donos de empresas.
Além do aumento do número de empregadoras ser bem superior ao de empregadores, as mulheres empregadas nas micro e pequenas empresas quase dobraram em dez anos. Em uma década, a quantidade de empregadas nos pequenos negócios cresceu 93%, enquanto que o de homens foi de 57%. "O crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho é uma tendência muito forte no país", destaca Barretto.
A região que teve o maior aumento percentual no número de empreendedoras foi a Norte. Em dez anos, o número de mulheres donas de empresa teve um crescimento de 78%, valor bem superior ao das outras regiões. No Nordeste, o crescimento foi de 12%, no Sudeste, de 10%, no Sul, de 21%, e no Centro-oeste, de 36%.
Para o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, esses avanços são importantes, mas há espaço para mais: "As mulheres ainda são maioria em postos mais precários e têm menores salários. Além disso, é preciso um conjunto de outras mudanças que envolvem a repartição de responsabilidades e tarefas familiares entre homens e mulheres e a ampliação de políticas públicas que favoreçam a inserção feminina no mercado de trabalho, como aumento da oferta de creche e educação infantil", afirma.
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