Mais mulheres e mais diversidade
São Paulo - O professor da Harvard Business School, Clayton M. Christensen, continua sendo o pensador mais influente nos negócios, no mundo todo. A informação é do ranking Thinkers50, anunciado em uma ceriônia na noite de segunda-feira, em Londres.
A lista bianual, considerada o Oscar dos gurus de gestão, leva em conta dez critérios. Os cinco primeiros são baseados na atuação dos pensadores nos últimos dois anos: a relevância de suas ideias, o rigor das pesquisa, a apresentação de ideias, a acessibilidade/disseminação das ideias e a perspectiva internacional. Os outro cinco são baseados na performance dos gurus ao longo dos últimos 20 anos: a originalidade das ideias, o impacto delas, seus aspectos práticos, o senso de negócios e o poder de inspiração. Este ano, um dos destaques da lista foi o aumento do número de mulheres: dos 10 primeiros nomes do levantamento, quatro são femininos. Em 2011, havia apenas Renée Mauborgne, em segundo lugar - posição em que se mantém no ranking atual. Outro ponto importante foi o crecimento da variedade de nacionalidades incluídas. Entre os 50 mais influentes, há pensadores de nove países: Estados Unidos, Canadá, Coreia, China, Reino Unido, Índia e Cuba.
1. Clayton M. Christensen
Professor da Harvard Business School, Christensen é o criador da teoria da inovação disruptiva. A grosso modo, o que ele defende é que inovar não é aprimorar algo, ou fazer melhor, mas sim criar um novo padrão de qualidade. Ele é autor do best seller "The Innovator's Dilemma" (o dilema do inovador).
Ele está no topo da lista de mais pensadores mais influentes do mundo pela segunda vez consecutiva. No livro, ele explica como práticas de gestão responsáveis por colocar grandes companhias na liderança do mercado ao mesmo tempo as atrapalham a desenvolver tecnologias disruptivas que roubam seus espaços. Recentemente, ele tem levado suas ideias para os campos da saúde e da educação, para mostrar como a gestão esclarecida pode ser ajudar a resolver muitos problemas enfrentados pela sociedade. O último livro escrito por ele é "How Will You Measure Your Life" (como você medirá a sua vida), com questionamentos sobre como criar significado na vida pessoal.
2. W. Chan Kim e Renée Mauborgne
Professores da escola global de negócios INSEAD, o coreano e a norte-americana são co-autores do livro "Blue Ocean Strategy" (a estratégia do oceano azul). A obra já vendeu mais de duas milhões de cópias no mundo e tem sido adotada por empresas, organizações sem fins lucrativos e governos ao redor do mundo.Basicamente, segundo a teoria, há dois tipos de oceano: o vermelho e o azul. No vermelho, estão todas as indústrias que existem, o azul é o mercado desconhecido. A estratégia é deixar a competição no oceano vermelho para criar um mercado novo no oceano azul.
3. Roger Martin
O canadense Roger Martin escreveu em parceiria com o presidente da Procter & Gamble (P&G), A.G. Lafleu, o livro "Playing to Win: How Strategy Really Works" (jogando para vencer: como estratágias realmente funcionam).
A obra, que venceu o prêmio Thinkers50 de melhor livro, conta como, juntos, os dois conseguiram dobrar as vendas da P&G e aumentar o valor de mercado da empresa em 100 bilhões de dólares, quando Lafley comandou a comandou pela primeira vez, entre 2000 e 2009.
4. Don Tapscott
Tapscott foi também o vencedor do prêmio "Thinker50 for Global Solutions". Sua principal obra é provavelmente o livro "Wikinomics: How Mass Colaborations Changes Everything" ("Wikinômicos": como a colabração em massa transforma tudo), escrito em parceria com Anthony williams.
Sua última pesquisa explora como uma novo tipo de rede global possibilitada pela internet e novas tecnologias oferece uma alternativa às abordagens tradicionais como a ONU ou governos nacionais, como forma de tratar problemas globais.
5. Vijay Govindarajan
Professor de negócios internacionais na Dartmouth College, em New Hampshire, nos Estados Unidos, o indiano Vijay Govindarajan é um dos nomes mais imporantes quando se fala em estratégia e inovação no mundo todo. Junto com Chris Trimble, ele cunhou o termo "inovação reversa", para descrever produtos e serviços desenhados para mercados emergentes depois importados para economias ocidentais.Na semana passada, ele esteve no Brasil para falar no fórum HSM Expomanagement e disse que "empresa que não inova não tem estratégia", porque estratégia nada mais é do que "liderar no futuro".
6. Rita McGrath
Professora da Columbia Business School, Rita McGrath trabalha com o crecimento de negócios estratégicos em ambientes incertos. Junto com Ian C. Macmillan, ela é autora do livro "Discovery-Driven Growth: A Breakthrough Process do Reduce Risk and Seize Opportunity" (algo como crescimento descoberto-dirigido: um processo de avanço para reduzir riscos e agarrar oportunidades, em português).Na obra, os dois mostram como empresas podem planejar e seguir uma agenda agressiva se testaresm cada parte do projeto, usando uma série de mecanismos de controle para minimizar as surpresas, ao invés de tropeças às cegas. O último livro de Rita é "The End Of Competitive Advantage" (o fim da vantagem competitiva), que foi indicado ao prêmio Thinkers50 de melhor livro.
7. Michael Porter
Michael Porter é professor da Harvard Business School e criador de uma nova abordagem da estratégia corporativa chamada "Five Forces Framework" (o quadro das cinco forças). O modelo consiste em uma análise da competição entre empresas. No centro do quadro, está a rivalidade entre concorrentes, que sofre pressão de quatro forças: a ameaça de produtos substitutos, ameaça de novos entrantes, poder de barganha dos fornecedores e poder de barganha dos clientes.
Porter esteve no Brasil na semana passada e discursou no fórum HSM Expomanagement. Na ocasião, ele disse que ter estratégia nada mais é do que "criar uma direção para construir uma empresa única, que entregue valores únicos aos clientes que escolhe atender".
8. Linda Hill
Professora de administração na Harvard Business School, Linda Hill é autora do livro "The 3 Imperatives for Becoming a Great Leader" (os três imperativos para se tornar um ótimo líder). Eles são: 1. Dirigir você mesmo - aprender a administrar não é só sobre as coisas que você faz sozinho, mas sim sobre realizar coisas através dos outros. 2. Administrar uma rede - entender como o poder e a influência funcionam em sua organização e construir uma rede de relações de benefício mútuos para navegar no ambiente político da sua empresa. 3. Administrar um time: forjar um desempenho "nós" fora dos "eus" que reportam a você.
No ano que vem, ela lançará o livro "Collective Genius: The Art And Practice of Leading Innovation" (algo como gênio coletivo: a arte e a prática de liderar inovação, em português).
9. Herminia Ibarra
Herminia é professora da INSEAD e autora do livro "Working Identity: Unconventional Strategies for Reiventing Your Career" (algo como trabalhando a identidade: estratégias não convencionais para reinventar a sua carreira, em português). Ela defende que as carreiras mais bem-sucedidas não são lineares - a tradicional escada para alcançar cargos de gerência sênior - mas sim resultado de experimentações.
10. Marshall Goldsmith
Coach executivo, Marshal foi o criador da avaliação 360 graus (ou feedback 360 graus). O processo, muito usado em entrevistas de emprego, consiste em avaliar uma pessoa segundo ela mesma, segundo seus pares, seus subordinados e seus superiores, o que gera um resultado mais "honesto".
Goldshmith é autor, coautor e editor de mais de 30 livros, incluindo "O líder do futuro", escrito em 1966 em parceira com Frances Hesselbein e traduzido para 25 idiomas.
Fonte: Exame
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