"De empreendedor e louco, todo mundo tem um pouco". A frase é dita com frequência por Marcus Linhares, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí, ao listar as características essenciais para que um empreendedor possa conduzir sua startup com mais chances de sucesso pelo mundo dos negócios. “Brinco com a expressão porque o comportamento de um empreendedor foge dos padrões. Normalmente ele acredita em coisas que outros não veem e costuma ter ideias fixas”, diz Linhares.
Encabeçam a lista de características do perfil a capacidade de sentir paixão por uma ideia e ter coragem de acreditar nela mesmo quando muita gente ao redor duvida. Mas será preciso dosar esse sentimento com pitadas de racionalidade para não por tudo a perder quando o projeto for posto em prática.
1 - Adaptabilidade
Mesmo que você seja apaixonado por sua ideia e acredite que ela pode revolucionar o mundo, é preciso ter a mente aberta. Durante o percurso para amadurecer o projeto, ou mesmo que a startup já opere, podem surgir fatores que levem à necessidade de mudar o rumo dos negócios. É preciso ser flexível diante da descoberta de novas tendências entre consumidores, mesmo que seja necessário reformular o modelo. Ser resistente em momentos assim pode significar perda de timing – e fracasso. Marcus cita exemplos bem conhecidos de empresas que precisaram passar por reformulações. A Gradiente, pioneira no país no ramo de eletrônicos, precisou repaginar-se totalmente para voltar ao mercado. No ano passado retomou a linha “meu primeiro Gradiente” substituindo os rádios antigos por tablets e DVDs. Já o Orkut, diz o professor, não se adaptou rapidamente às novidades que o Facebook trouxe ao mercado e acabou perdendo espaço.
2 – Poder de quebrar paradigmas
Manter a mente aberta e ter flexibilidade colaboram para uma postura de alguém que não se atém a padrões e consegue quebrar paradigmas. E, no final, tudo isso resulta em maior volume de “sacadas” diante de necessidades de consumidores que, muitas vezes, sequer foram identificadas. “Imagine se a Apple não tivesse visão diferenciada do mercado. Eles inovaram totalmente o conceito de mobilidade, ao reunir uma série de serviços em um produto só”, diz Linhares. Assim, o celular deixou de ser um instrumento que apenas faz e recebe ligações e o produto ganhou valor. Consequentemente, o negócio também.
3 – Capacidade de se comunicar em redes
É estar conectado. E “conectado”, nesse contexto, não se restringe às redes sociais virtuais. Refere-se também ao convívio em vários meios que possibilitem trocar informações com família, amigos, conhecidos e investir em networking. As constantes trocas de ideias são prato cheio para a percepção de novas necessidades e/ou de maneiras diferentes de atendê-las. “Alguém criou a tevê a cabo porque os canais convencionais não agradavam a um grupo de pessoas. Alguém percebeu a necessidade”, comenta Linhares.
Fonte: Veja
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