Quem considera videogame coisa de criança precisa repensar seus conceitos. Cerca de 35 milhões de brasileiros compram consoles, jogos e games para PCs, tablets e smartphones – e fazem o setor faturar algo em torno de R$ 5 bilhões por ano. O número, que torna o mercado um dos mais promissores do país – levou o Sebrae-SP a discutir o negócio “games” na Feira do Empreendedor 2014, nesta terça-feira (25/02).
Na porta do local onde foi discutido o tema, cerca de 150 empreendedores, entusiastas e muitos jovens ouviam os especialistas: Bernardo Manfredini, diretor da Abragames, e Marcus Imaizumi, criador da Gamebiz. Eles abordaram o potencial dos jogos eletrônicos, um mercado que até pouco tempo era considerado muito ligado à pirataria e “coisa de criança e adolescente”.
Logo que começou a palestra, Imaizumi fez questão de dizer que o ramo de games, hoje, tem até incentivo de governo e curso em universidades em todos os cantos do mundo. “Como o setor é bilionário, ele é tratado como estratégico em vários países”, diz. A preocupação não é à toa. Segundo pesquisa da consultoria DFC Intelligence, o mercado de games vai superar 75 bilhões até 2017.
Por conta desse potencial, os empreendedores têm chance de desenvolver algo no setor e conseguir um pedaço desse mercado pelo mundo, já que os games costumam ser produtos que extrapolam fronteiras.
Investir na área, pelo menos no Brasil, está mais fácil, já que o mercado de jogos eletrônicos recebe alguns incentivos e apoios governamentais. Um deles pela Lei Rouanet, que aceita propostas de jogos com viés cultural. Segundo Imaizumi, alguns municípios também oferecem uma carga tributária diferenciada para quem faz games.
Apesar da tecnologia para criar games estar acessível, o empreendedor que se arriscar jogos eletrônicos deve agir racionalmente, não pela paixão. “Os empreendedores que conseguiram sucesso no Brasil traçaram metas e tinham plano de negócios”, diz Manfredini. “E trabalham sério, duro, como se lidassem com uma empresa comum.”
Dicas
Segundo Manfredini, os empreendedores que querem apostar emjogos eletrônicos devem dominar outras línguas e se relacionar com outros empresários do ramo. Devem também criar uma agenda para ir a feira internacionais. “Nesses eventos, feitos nos EUA, Europa e Ásia, é onde as negociações desse mercado acontecem”, afirma Manfredini. “Lá estão os grandes empresários. E são eles que apostam no trabalho dos pequenos desenvolvedores.”
Sérgio Arruda, 26 anos, era um dos participantes da palestra. Estudante de publicidade, ele tem vontade de abrir uma startup na área. “Depois dos comentários dos especialistas, eu tive a clara sensação que uma produtora de games não é uma aventura. E aprendi que antes de abrir minha empresa, eu preciso pensar em coisas básicas, como marketing, publicidade e administração do negócio”, afirma.
A palestra, além de ensinar, também serviu para desmistificar o setor. Caetano Cruz, um senhor de 60 anos, dono de um comércio de roupas, disse que nunca imaginou que a área de games fosse tão grande e valiosa. “Descobri que pra fazer essas coisas, os jogos, é preciso um time de especialistas. Agora entendi a razão dos presentes dos meus netos serem tão caros”, afirma.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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