Não tem mais trocado? Troco pode ser em bala? Quem nunca ouviu essas perguntas em um supermercado ou em algum ponto de varejo no Brasil? Para resolver esse problema de escassez de moedas no país, três sócios fundaram a CataMoeda.
A ideia surgiu quando o empreendedor Victor Levy foi morar nos EUA e conheceu a empresa Coinstar Inc., que disponibilizava uma máquina que trocava moedas por dinheiro ou por crédito nos estabelecimentos comerciais em que estava instalada.
Foi então que trouxe a ideia para o Brasil e contou com aporte do investidor-anjo e hoje sócio da empresa, Paulo Bobillo, que colocou o “valor de um apartamento no projeto”, e de outros investidores, totalizando cerca de R$ 700 mil. “Resolvi apostar na ideia, pois julguei muito promissora, já que o Brasil sofre com a falta de moedas em circulação que ficam nos cofrinhos ou nas gavetas o que aumenta o custo dos comerciantes com logística e faz com que o governo tenha que fabricar R$ 400 milhões em moedas, além de gastar em campanhas educativas”, afirmou Paulo.
A tecnologia da máquina foi criada pelo terceiro sócio da CataMoeda, Alberto Russi Jr., que é engenheiro. Com design inovador, o dispositivo se diferencia dos caixas eletrônicos que já existem nos supermercados e conta com uma área para depósito das moedas, tela de toque, área de retirada do comprovante, webcam, área de descarte para moedas rejeitadas e gaveta armazenadora, operada por senha.
Em 2012, a empresa deu entrada a três pedidos de patentes, relacionados ao desenho e ao sistema da máquina, e a um pedido de registro de marca. Então foi desenvolvido o primeiro protótipo funcional, que rapidamente chamou a atenção de investidores e futuros parceiros. A CataMoeda recebeu um aporte do Fundo Santa Catarina, fruto da parceria entre as empresas BZ Plan e FIR Capital afiliada brasileira de um dos maiores gestores de capital empreendedor do mundo, a DFJ, de R$ 1 milhão e 800 mil.
Em uma operação piloto em supermercados da rede Condor, no Paraná, já no primeiro mês, as unidades em que as máquinas operam deixaram de ser "importadoras" de moedas e passaram, inclusive, a fornecer moedas para outras lojas da rede. Até o início de setembro, as duas máquinas em campo já contabilizavam mais de 210 mil moedas em aproximadamente 5 mil operações, gerando o depósito médio de R$ 9,32.
Para utilizar o CataMoeda, o consumidor deve ir ao estabelecimento e depositar suas moedas na máquina, que calcula o valor recolhido e emite um vale-compras com a quantia depositada pelo usuário mais um bônus sobre o valor total. Já no caixa, o usuário apresenta esse vale bonificado, que é válido como dinheiro, abatido do valor total das compras e traz impressa a data limite para ser trocado no estabelecimento que abriga a máquina ou em parceiros cadastrados.
No início, o dono das moedas também pode optar por doar a quantia a uma instituição de caridade e, posteriormente, outros serviços serão agregados ao sistema. Será possível, por exemplo, comprar crédito fragmentado para celular pré-pago ou depositar o valor das moedas em poupança. Com uma tecnologia moderna, a máquina identifica digitalmente as moedas em circulação e rejeita moedas falsificadas e objetos estranhos.
Atualmente, a CataMoeda se prepara para a colocação em escala comercial, que deve começar em janeiro de 2014. “A meta é no ano que vem fabricarmos uma máquina por dia”, afirma Paulo. Em um primeiro momento, o dono do comércio paga pela locação e manutenção da máquina, mas, segundo ele, outras formas de comercialização do produto podem ser estudadas.
Assim que tiver sendo produzida em escala comercial, a ideia é também se fazer uma versão menor, de balcão, para pequenos comércios.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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