A cada 100 mineiros entre 18 e 64 anos, 27 estão envolvidos em alguma atividade empreendedora. Contudo, a Taxa Total de Empreendedorismo (TTE) no Estado caiu de 29,1% para 27% entre 2012 e 2014. O dado integra a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), divulgada ontem, realizada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP).
Conforme o estudo, a queda está relacionada à redução dos empreendedores iniciais, aqueles com até três anos de mercado, por oportunidade. Em 2012, quando a pesquisa foi feita pela primeira vez, a taxa era de 12,3%, diminuindo para 10,7% em 2014. O percentual de empreendedores por necessidade registrou tímida variação negativa de 5% para 4,7%.
A pesquisa evidenciou que a maior parte dos empreendedores iniciais aposta nos serviços de alimentos e bebidas (11,1%), seguido por beleza (10,3%) e serviços domésticos (9,4%). Entres os empreendedores estabelecidos, ou seja, há mais de três anos e seis meses no mercado, a maioria atua na área da beleza (15,3%), serviços domésticos (9,6%) e construção (9,2%).
Os empreendedores, em geral, não procuram orientação especializada antes de iniciar o próprio negócio. A parcela mais significativa, 85,8%, diz não ter buscado nenhum apoio. Outros 10,4% recorreram ao Sebrae e 3,2% ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) ou ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). "O Sebrae tem aumentado a quantidade de pontos de atendimento no interior para levar Àinformação". Precisamos estar em todas as pontas para o empreendedor ter o suporte que precisa", afirma o gerente da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, Ricardo Leopoldo.
Pessimismo - Os empreendedores mineiros não pretendem gerar postos de trabalho no curto prazo. Entre os entrevistados, 55% afirmaram que não devem contratar nos próximos cinco anos, crescimento expressivo em relação aos 29% de 2012. Para reverter essa perspectiva pessimista, Leopoldo frisa a importância da população recorrer ao pequeno negócio. "Assim, o empresário gera recurso para se capitalizar e ele sente uma predisposição para investir e contratar, dando início a um ciclo virtuoso", argumenta.
A maioria, 57%, não considera seus produtos ou serviços inovadores. Embora alto, o índice representa redução frente aos 99% de dois anos antes. Além disso, o investimento em tecnologia ainda é baixo. Isso porque, os processos adotados por 92% dos entrevistados são os mesmos utilizados há cinco anos.
A maior parte dos empreendedores mineiros, 53%, são homens, mas a diferença entre os gêneros é cada vez menor. Além disso, 61,5% tem o segundo grau incompleto e 67,4% renda de até três salários mínimos.
Pequenos negócios - O Sebrae lançou ontem, a nível nacional, o Movimento Compre do Pequeno Negócio. O objetivo dele é sensibilizar a sociedade sobre a importância das micro e pequenas empresas para o desenvolvimento do País. "Apoiar pequenos negócios no Brasil tem uma importância estratégica, pois eles representam uma parcela importante da economia e geram emprego e renda", salienta o diretor de Operações do Sebrae Minas, Anderson Cabido.
Segundo o Sebrae, as micro e pequenas representam 99% das empresas brasileiras e respondem por 17 milhões dos empregos gerados, 52% dos postos de trabalho formais. Entre agosto e outubro, o movimento vai realizar ações de mobilização social, além de uma programação diversificada de cursos, consultorias e orientações gerenciais para incentivar o empresário a se capacitar e buscar oportunidades.
De acordo com Cabido, as empresas menores estão mais próximas ao cliente e, por isso, compreendem melhor as necessidades dos consumidores. "No pequeno negócio, há uma customização dos serviços que não existe nas grandes empresas. O consumidor precisa entender que, quanto mais ele comprar e valorizar as empresas pequenas, mais benefícios ele consegue gerar para a comunidade", acrescenta Cabido.
| Voltar | Índice de Empreendedorismo |
