São Paulo - Os quatro grupos vencedores da Maratona de Negócios da Campus Party 2014, promovida pelo Sebrae, têm projetos, profissões, motivações e até idades muito diferentes, mas possuem fatores importantes em comum: a vontade de aprender, inovar e compartilhar suas experiências com a sociedade. “A Maratona de Negócios é um ambiente propício para transformar boas ideias em bons projetos de negócios. O objetivo do Sebrae é oferecer a esses quatro projetos vencedores as ferramentas de gestão necessárias para realizar essa transição tão importante, atendendo às demandas do mercado”, destacou o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. Os prêmios foram entregues no sábado (1º) e todos os contemplados receberão consultorias e acompanhamento do Sebrae, de forma gratuita, além da inscrições para próxima edição da Campus Party.
Uma ação inovadora não precisa necessariamente de tecnologia cara e sofisticada, como mostra o Projeto Colmeia, vencedor da Maratona na área de Educação. Desenvolvido pela designer paulistana Erica Campanha, a Colmeia, no caso, é um display feito de papelão branco, utilizado como ferramenta pedagógica para crianças. Ela destacou que a assessoria dos agentes do Sebrae durante a Maratona foram essenciais para que ela tivesse uma visão mais clara de como transformar seu projeto em um modelo de negócios com chance de atrair investidores.
Ela agora pretender formalizar a sua empresa, a Estúdio de Design, e buscar parceiros que complementem a sua atividade. “Quero fechar parceiras na área de distribuição, que é fundamental para que o projeto ganhe abrangência”, diz a designer. Erica ressaltou que o prêmio na área de Educação mostra que o design pode ter uma função que vai além da beleza e funcionalidade. “Também pode ser um elemento de transformação social, contribuindo para a educação do nosso país”, disse.
Luam Paranatinga, responsável pelo projeto Burro Sem Rabo, ganhador na categoria Empreendedor Social, trabalha na construção de um portal que servirá para facilitar a contratação do trabalho de carroceiros, a começar em sua cidade, o Rio de Janeiro, mas com possibilidade de ser levado para outras localidades. Ressaltando que se trata de um negócio social e não de uma organização sem fins lucrativos – confusão comum no mercado –, Paranatinga diz que conta com o apoio de cooperativas de trabalhadores do setor para ajudar na inclusão digital de um público-alvo que, a princípio, têm menos acesso à internet. “Já fizemos contatos com dirigentes de cooperativas e eles se mostraram interessados em cadastrar os carroceiros para participar do projeto”, afirmou.
Embora o Campus Party e a Maratona de Negócios sejam identificadas, de forma geral, com um público mais jovem, Luiz Braga, vencedor da categoria Jornalismo Educação 2.0, mostra que inovação independe da idade. Com 60 anos e professor de Geoestatística da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), ganhou com o projeto Obsuni, que será uma plataforma de internet destinada a abrigar projetos e fomentar debates na área de Ensino Superior no Brasil.
“A área de Ensino Superior passou por mudanças profundas no Brasil nos últimos anos, mas o nível de conhecimento sobre o assunto é muito baixo. Por isso, é importante criar uma plataforma onde essas informações possam ser disseminadas e debatidas”, ressaltou Braga. Ele acrescentou que, apesar da experiência acadêmica e administrativa, não tem grande conhecimento sobre o mercado e, por isso, foi essencial a participação dos agentes do Sebrae durante a semana da Maratona. “Eles foram fundamentais em fornecer os parâmetros para modelar o meu negócio”, complementou.
ALI
Mesmo os participantes da Maratona que já possuem experiência empresarial enfatizaram a importância das consultorias prestadas pelos Agentes Locais de Inovação (ALI) durante o Campus Party. É o caso de Guilherme Mori, de São Paulo, vencedor da categoria Inovação em Comércio e Serviços, com o projeto Live Strix, uma plataforma de internet destinada a gerar relatórios práticos e diretos de dados da empresas que estejam de alguma forma armazenados eletronicamente.“Nosso objetivo é que o usuário, mesmo sem grande conhecimento técnico, tenha acesso fácil aos dados, sejam resultados de vendas e visitas no site da empresa, de CRM ou até planilhas de Excel”.
Mori avalia que o trabalho desenvolvido na semana da Maratona vai ajudá-lo a viabilizar a plataforma no mercado. “Mesmo já tendo experiência como empreendedor, o diálogo com os ALI foi importante para pensar em quais pontos o meu projeto poderia ser aperfeiçoado”, reforçou Mori. A primeira Maratona de Negócios foi um dos grandes destaques da edição de 2013 da Campus Party. Foram 30 ideias selecionadas e, desse total, 11 já se transformaram em empresas formalizadas.
Fonte: Sebrae
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