Ter carro tem lá suas vantagens e não depender do transporte público é a principal delas. Por outro lado, o trânsito das grandes cidades já faz muita gente repensar o uso do automóvel. E como se não bastassem os engarrafamentos, ainda é preciso achar um lugar para estacionar. Mas não é permitido parar em qualquer calçada e às vezes, principalmente em eventos com muita gente, é difícil até achar um estacionamento.
Como qualquer pessoa que tenha um carro, o paulista Luiz Candreva, 27 anos, já teve complicações parecidas. Um dia, quando teve que interromper um momento de diversão para renovar o talão de zona azul do seu carro, ele percebeu que não precisava passar por aquilo. "Há vagas que ninguém usa, garagens vazias nas casas de muita gente. Comecei a pensar em um algo que estimulasse o aproveitamento desses espaços", afirma ele. Ele se juntou a Renato Lotfi, 37 anos, e Guilherme Sousa, 22. Juntos, os três começaram a desenvolver o EZ Park, que foi lançado em beta e janeiro e terá sua versão definitiva nos próximos dias.
O funcionamento do aplicativo é bastante intuitivo. Na hora de estacionar, basta acessar o EZ Park, que mostrará os lugares disponíveis mais próximos da localização do motorista. A plataforma não terá só vagas privadas – estacionamentos também serão mostrados na tela do smartphone. Cada local disponível tem uma espécie de perfil, com informações sobre preços e avaliações de usuários que já estacionaram ali. "A opinião dos usuários é importante para mostrar que quem oferece as vagas é de confiança", diz Candreva.
Se o usuário quiser uma determinada vaga, basta clicar em "estacionar". O dono do espaço, por sua vez, autoriza ou não a parada do veículo. Segundo Candreva, o pagamento é eletrônico. "Quando o motorista se cadastra no aplicativo, ele já coloca os dados do seu cartão de crédito. Quem oferece a vaga, cadastra uma conta bancária. Assim, o dinheiro é transferido ao toque de um botão."
Na busca por um lugar para parar, também aparecem vagas que estão ocupadas. Por isso, o motorista sabe que aquela vaga existe e pode reservá-la – algo excelente para quem precisa estacionar antes de um show ou partida de futebol.
O modelo de negócio do EZ Park é bastante simples: a startup cobra uma comissão sobre a transação. O valor varia entre 10% e 30%.
Candreva também ressalta que não há nenhum impedimento legal para quem quer oferecer uma vaga de estacionamento. "Se a vaga é de uma pessoa física, não há o menor problema em compartilhá-la", diz.
E se um motorista e o dono de uma vaga privada simplesmente trocarem telefones, combinarem data e horário para compartilhar o espaço de estacionamento e deixarem de usar o EZ Park? Candreva não enxerga essa questão como um problema. "Isso pode acontecer, mas consideramos o EZ Park uma alternativa mais segura. Além disso, também teremos estacionamentos normais e, nesse caso, não teremos problemas parecidos."
O EZ Park conta com 85 vagas disponíveis e 101 motoristas cadastrados, em São Paulo e Sorocaba (SP). Com o lançamento oficial da plataforma, previsto para o fim desta semana, a startup espera ampliar bastante essa base. A princípio, o aplicativo estará disponível somente para dispositivos da Apple, mas usuários de Android também terão acesso à ferramenta em breve.
Neste mês, a EZ Park foi a segunda colocada da Demo Brasil. Na conferência de startups, criada nos Estados Unidos há duas décadas, surgiram nomes do mercado de tecnologia como o Netscape e o Skype. A projeção trazida pela conquista foi bastante satisfatória: a empresa vem sendo procurada por investidores e convidada por aceleradoras. Os criadores do aplicativo já estão com presença garantida em dois dos eventos de tecnologia mais famosos do mundo: o Tech Crunch Disrupt, em setembro, e no The Summit, dois meses depois.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios
Voltar | Índice de Notícias |