Um grupo formado por cinco empresas do setor de Defesa instaladas em São José dos Campos partiu para o ataque e marcou um gol de placa com o emprego de seus produtos pelas forças de segurança durante a Copa do Mundo no Brasil.
A oferta é variada e envolve radares, binóculos e lunetas especiais, placas para coletes balísticos, unidades móveis de comunicação e até um aplicativo para smartphone com 300 termos aeronáuticos.
Os 12 estádios brasileiros onde ocorrerão as partidas da Copa são monitorados pelos radares Saber-M60. Eles permitem rastrear alvos em um raio de 60 quilômetros, transmitindo informações em tempo real para um Coaa (Centro de Operações de Artilharia Antiaérea).
O Saber-M-60 foi desenvolvido pela Bradar em parceria com o CTEx (Centro Tecnológico do Exército).
Já a Optovac foi responsável pelo fornecimento de 12 unidades de equipamentos optrônicos portáteis, entre binóculos e lunetas.
“Nossas soluções foram desenvolvidas para atender as necessidades de controle de voo, observação, identificação e localização de precisão" disse Valérie Redron, CEO da Optovac.
Placas de proteção balística instaladas em coletes e também em veículos integram o pacote de produtos da BCA.
Comunicação. Unidades móveis de comunicação fabricadas pela RFCom, no bairro do Limoeiro, garantirão o envio de dados por emissoras e unidades de operações especiais durante o Mundial. “Para nós é gratificante, tem bastante tecnologia envolvida, podemos demonstrar a capacidade tecnológica do Vale e do país”, disse o gerente comercial da RFCom, Nivaldo Lins .
Responsável pelo desenvolvimento de sistemas de controle e defesa de tráfego aéreo, a Atech lançou o aplicativo para smartphone AeroZ. São mais de 300 siglas e palavras.
“O objetivo da Atech é promover a cultura aeronáutica e prestar um importante serviço à população, que muitas vezes não compreende expressões usadas nos aeroportos e nos voos comerciais”, disse Denis Balaguer, gerente de Estratégias e Novos Negócios.
Estratégia. Para as empresas, a oportunidade é estratégica, já que a vitrine representada pelo evento em nível mundial pode potencializar a produção e venda dos equipamentos para outros países.
“O brasileiro busca soluções criativas e customizadas para o desenvolvimento dos produtos. Digo às autoridades, aproveitem e experimentem os nossos equipamentos”, afirmou o vice-presidente executivo da Abimde (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança), almirante Carlos Afonso Pierantoni Gamboa.
Mercado externo é desafio maior
O especialista em assuntos militares da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), Expedito Bastos, avalia que as empresas de São José e as demais que possuem produtos utilizados pelas forças de segurança na Copa do Mundo devem aproveitar a oportunidade para alavancar negócios no Brasil e exterior.
"A Copa é uma forma de divulgar esses produtos, mas precisa ter mercado externo, garantir exportações para viabilizar a produção em cadeia", disse o especialista.
De acordo com Bastos, a produção em escala pode permitir a redução dos custos, deixando os equipamentos mais competitivos no mercado.
“A demanda do mercado interno pode ser muito pequena. É briga de cachorro grande, vamos estar disputando com a Europa, a Ásia”, afirmou Bastos a O VALE.
Fonte: OVALE
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