Comprar óculos não é fácil. É preciso escolher um modelo que combine com o formato do rosto e que não seja muito caro. Se comprar em uma loja é difícil, pela internet tudo se torna mais complicado. Agora, pense em três empreendedores que, apesar do panorama nada favorável, querem criar um comércio eletrônico para óculos. Pior: o próprio grupo estima que só 2% das compras do setor são feitas online. Mesmo assim, os empreendedores desafiaram os prognósticos, aperfeiçoaram o processo de escolha e ofereceram a qualidade dos modelos de elite a preços mais baixos.
No fim de 2012, os três fundaram a LIVO, comércio eletrônico de óculos. Pouco mais de um ano após o início da empresa, é possível dizer que eles se deram bem: o faturamento mensal de dezembro de 2013 foi 470% maior que o valor ganho no mesmo mês do ano anterior. Em 2014, foi inaugurada a primeira loja física da empresa e a expectativa de crescimento é grande, no online e no offline.
Os fundadores da LIVO são Arthur Biaj, Raphael Neves e Guilherme Freire. De acordo com Biaj, antes de abrir a LIVO, os três começaram a se perguntar: por que óculos de luxo são tão caros? Ele diz que o monopólio das marcas mais famosas, custos com licenciamento e o excesso de intermediários na cadeia produtiva são responsáveis pelos preços. A solução dos três foi a mais simples possível: criaram uma marca – e com isso não precisavam pagar licenciamento – e eliminaram os intermediários. "Só não somos responsáveis pela fabricação dos óculos, mas desenhamos, importamos a matéria-prima e distribuímos o produto", afirma Biaj.
A LIVO cobra o mesmo preço por tudo que vende: R$ 294 – não dá para dizer que o preço é baixo, mas o produto custa bem menos que os de marcas de luxo estrangeiras. De acordo com Biaj, a empresa gasta a mesma coisa com todos os modelos e as diferenças de preço atrapalhariam a experiência de compra dos usuários. Quando o óculos é de grau, as lentes deixam o artigo R$ 100 mais caro. Vale ressaltar que o serviço de ótica da LIVO só é feito por telefone.
Por falar em experiência de compra, a LIVO se esforçou para fazer seus clientes escolherem o produto certo, com dois recursos para isso. O primeiro é o Guia de Rosto, que mostra quais são os óculos que mais combinam com determinados tipos de rosto. O outro é o Provador Virtual, em que o usuário seleciona os óculos que quer experimentar e vê como os modelos ficam no próprio rosto, a partir do upload de uma foto frontal ou de um teste pela webcam do cliente.
Na cidade de São Paulo, a empresa ainda conta com o LIVO Vai Até Você, em que um ciclista leva até o cliente alguns modelos de óculos e pode finalizar a compra em casa ou no trabalho. As visitas também devem ser agendadas por telefone.
A impressão é que o esforço da LIVO em garantir que os clientes comprem sem ter dúvidas sobre os óculos está surtindo efeito. Segundo a empresa, 40% das transações da loja são feitas por pessoas que já têm óculos da LIVO.
Apesar do sucesso online, a LIVO não quis ficar apenas na internet – "não quis se restringir a um único modelo de negócio", nas palabras de Biaj. Na última segunda-feira (20/1), a LIVO inaugurou uma loja física na Rua Oscar Freire, famosa em São Paulo pelo comércio de luxo. Nos primeiros 45 dias de operação, a expectativa é que a loja venda R$ 300 mil. "Nesse começo de operação, estamos superando o ritmo necessário para conseguir esse valor", diz Biaj.
A empresa não revela quanto ganhou em 2013, mas diz que quer terminar em 2014 com um faturamento 300% maior. Também para este ano, a LIVO planeja aumentar sua presença física, mas ainda não há planos concretos de abertura de outras lojas.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios
Voltar | Índice de Notícias |