Produzir ossos para fins didáticos: esse é o negócio de um casal do interior paulista que resolveu trocar de profissão há 19 anos. Em 1995, Fabiana Franceschi e Paulo Costa – formados em Administração de Sistemas de Navegação Fluvial pela FATEC de Jaú – deixaram a fabricação de barcos para se dedicar à Nacional Ossos.
A oportunidade surgiu com a oferta de um empresário do ramo de implantes ortopédicos que consultou a dupla sobre a possibilidade de desenvolver peças para uso experimental. O primeiro osso produzido pelos empreendedores foi um fêmur. “Na época, nem tivemos como pesquisar muito sobre esse mercado, mas acabamos arriscando. Essa empresa se tornou nossa cliente e depois vieram outras”.
Atualmente, a Nacional Ossos exporta seus produtos para mais de 35 países e atende principalmente fábricas de implantes, universidades e cursos de especialização. A empresa fabrica ossos artificiais com a preocupação de se aproximar ao máximo da anatomia humana e, recentemente, também passou a investir na produção de ossos de animais. Entre os produtos comercializados estão peças odontológicas e ortopédicas.
O objetivo é melhorar o aprendizado de estudantes da área médica e reduzir a necessidade do uso de material humano para fins didáticos. Com essa iniciativa, professores e alunos eliminam riscos de contaminação por ossos de procedência duvidosa e podem realizar testes quantas vezes forem necessárias, sem a dependência de um modelo “vivo”.
De acordo com os fundadores da empresa, o mais difícil foi começar. Fabiana afirma que a empresa é a única do ramo na América Latina. ”Mesmo depois de termos desenvolvido equipamentos próprios para a fabricação de ossos e termos testado vários insumos, às vezes não encontro matérias-primas para trabalhar”. A empreendedora lembra que um dia estava em uma gráfica a acabou descobrindo, por acaso, um insumo que poderia servir para fazer um ligamento. “Ainda estamos em fase de testes, mas acredito que vá funcionar”, diz. Os estudos para a produção das peças são acompanhados por especialistas da área.
Daqui para frente a empresa espera aumentar seus pontos de distribuição em outros países para baratear custos de exportação. Hoje, os pedidos são enviados pelo correio e em certos casos o preço dos impostos e do transporte limitam novas parcerias.
Os produtos podem ser adquiridos pela internet e são entregues na casa do consumidor, que não precisa atuar na área médica para adquirir qualquer um dos ossos artificiais.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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