Depois de uma simples lição de casa, a gastronomia entrou na vida do jovem João Camargo, com 8 anos na época. O desafio era cozinhar biscoitos amanteigados utilizando as medidas corretas da receita – “Acho que era algo na aula de matemática, na qual tínhamos que aprender o sistema métrico”, diz.
Camargo não só acertou nas medidas como no sabor: familiares e amigos gostaram tanto do resultado, que o garoto começou a reinventar a receita, criando novas versões com sabores diferentes. Graças ao sucesso, ele fez biscoitos para vender e conseguir algum dinheiro para suas necessidades.
O talento o ajudou também em outras questões. Quando ele e suas duas irmãs decidiram que queriam um cachorrinho de estimação, ele usou a culinária para conseguir o dinheiro necessário, somar com as economias das irmãs e comprar o bichinho.
Para juntar o dinheiro rapidamente para o cão, ele tentou receitas mais elaboradas: apostou em bolos, que fizeram sucesso e renderam a grana em um mês.
Segundo Camargo, ele aprendeu os segredos da culinária vendo programas de TV e lendo livros de gastronomia. Ele explica que o seu primeiro contato com o universo da gastronomia foi quando sua avó o levou ao restaurante da chef Roberta Sudbrack. O garoto, vale dizer, ainda não tinha passado dos dez anos.
“Foi a primeira vez que conheci uma chef de verdade e vi como um restaurante funcionava”, diz o carioca, agora com 13 anos. Ele ainda tentou participar de um dos cursos ministrados por Roberta, mas foi recusado por causa de sua idade.
Mais uma vez Camargo recorreu à culinária: comprou um buquê de flores e preparou um bolo para Roberta pedindo uma exceção. A chef amou o presente, elogiou a criação do jovem, e ele se tornou o primeiro aluno de nove anos do seu curso.
Os doces viraram sua principal paixão, apesar de se arriscar a cozinhar outros pratos. “Gosto da precisão necessária para fazer uma boa sobremesa. Seja na quantidade dos ingredientes ou na própria decoração”, afirma.
Depois de alguns outros cursos e aulas, Camargo decidiu que quer se profissionalizar – “Talvez, eu vá para a escola francesa Le Cordon Bleu, não sei ainda. Mas de preferência na França”. Para concretizar o sonho, ele criou sua marca, a Do João, uma página no Facebook e passou a fazer bolos e doces sob encomenda para juntar dinheiro. Seu menu conta com nove opções, mas ele aceita pedidos customizados. Os valores variam entre R$ 40 e R$ 80.
Camargo ainda não sabe se deseja ser um empreendedor (apesar de ter todas as características). “Eu só comecei meu negócio por causa da minha paixão pela gastronomia. Ainda quero viajar muito, conhecer diferentes culinárias e chefs antes de abrir outra empresa”, afirma. “Por enquanto minha maior recompensa é ver a felicidade das pessoas quando comem algo que eu fiz.”
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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