Na Paraíba, cidades que promovem festas juninas e incentivam a inovação no setor de eventos registram a abertura de novas empresas nesta época, de acordo com o Sebrae. Para se ter uma ideia, a maior cidade do interior do Estado, Campina Grande, teve um crescimento de 10% nas vendas, em comparação com o mesmo período de 2013, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da cidade.
Além de Campina Grande, o aquecimento econômico é intenso em Bananeiras, no Brejo, Monteiro, no Cariri e Patos, no Sertão paraibano. O período de São João é responsável pela geração de cerca de 600 vagas no varejo, a maior parte delas nos setores de calçados e vestuário, de acordo com o levantamento realizado pela CDL, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
O perfil do negócio que surge neste período é do trade turístico, segundo o gerente do Sebrae em Campina Grande, Antônio Felinto Neto. Os empreendimentos novos da cidade atendem à necessidade local de hotéis e pousadas. “O perfil do empresário que nos procura mais em Campina, no São João, é aquele que já vem com a ideia e, muitas vezes, com dinheiro para investir. Ele já possui informações, sabe dos serviços e produtos que vai comercializar, especialmente os empresários dos segmentos de turismo e artesanato”, disse.
Há empreendedores que não têm tanta informação ou recursos financeiros. Eles também são orientados pelo Sebrae e conseguem fazer sua atividade segura, lucrativa e formalizada. São ações que vão do processo de compra nos fornecedores à escolha do melhor ponto.
Neste período, em Campina Grande, surgiram também oportunidades de empregos nas lojas. Os empreendimentos do centro da cidade contrataram centenas de vendedores, conforme a CDL.
Nesta maré de oportunidades, há também os negócios que aumentam a produtividade, o quadro de funcionários, os contratos com empresas terceirizadas e conseguem faturar mais. Silvano Medeiros Saldanha, proprietário da fábrica de calçados Via Rose da cidade de Patos, é um desses empreendedores que sempre aumentam o lucro no São João. Ele terceiriza sua produção para mais seis pequenas fábricas para dar conta da demanda no período.
“Há 12 anos que eu trabalho terceirizando os serviços de fabricação de calçados e não pretendo parar. Tudo tem melhorado nesses últimos três anos, principalmente por causa da Feira de Calçados da cidade, que está ajudando bastante e é a mola de todo negócio. Neste mês eu contratei mais pessoas para trabalhar. Foram 12 novos funcionários a mais este ano. Com isso, eu aumento em 30 % minhas vendas no atacado e 50% no varejo”, explicou.
Destaque para setor turístico
O gerente do Sebrae em Patos, Aldo Nunes, descreveu o perfil empreendedor da cidade. “Geralmente são pessoas iniciantes em negócios, que precisam de muitas informações. Formatamos uma lista para atendê-los também na Feira de Calçados, já que boa parte se interessa pela área. Este ano notamos também uma procura mais acentuada na área gastronômica, para atuar na Feira. A maioria dos negociantes quer montar negócios no trade turístico”, disse.
Como o cenário comercial é dinâmico, os negócios que surgem em Monteiro, cidade movimentada do Cariri, são por oportunidade. Segundo a gerente da unidade do Sebrae na cidade, Madalena Andrade, 70% dos empreendedores que procuram a instituição no São João querem aproveitar a oportunidade de vender no período.
A empreendedora Ana Lorena de Farias montou a loja Glamourosa Acessórios, no Shopping Bornoratt, em maio, com o apoio do Sebrae em Monteiro. Ela conseguiu abrir um negócio como Microempreendedora Individual (MEI). O Shopping em Monteiro, que inaugurou em junho, foi outro investimento de empresários locais para dar mais visibilidade aos negócios. “O Sebrae vai levar aos empresários o programa Negócio a Negócio neste novo shopping”, disse a gerente.
Um dos maiores apoios que as prefeituras e o Sebrae dão ao empreendedor do interior paraibano é a Casa do Empreendedor. Na cidade de Bananeiras, por exemplo, a Casa da cidade atendeu 100 pessoas interessadas em montar um negócio, do final de maio até meados de junho. Segundo o coordenador da casa, Daniel Guimarães, 50% dessas pessoas conseguiram montar o empreendimento e já está trabalhando por conta própria.
Fonte: Sebrae
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