A popularização do comércio eletrônico trouxe mais uma oportunidade de negócio para o empreendedor brasileiro. Com uma loja virtual, não é necessário investir em um ponto de venda, já que um lugar para guardar os produtos é suficiente para manter a operação. Além disso, é possível vender para clientes de qualquer lugar.
Por outro lado, quem vende pela internet sofre com as fraudes. Como as compras online não exigem nenhuma senha, não é muito difícil fechar um pedido sem ser o dono do cartão de crédito. Quando o verdadeiro proprietário recebe a fatura e é cobrado por algo que não comprou, pede o estorno à administradora do cartão.
Em outros casos, o próprio dono do cartão, de má-fé, pode ter feito uma compra e recebido o produto, mas pedir o dinheiro de volta mesmo assim, alegando que sofreu um golpe. Nos dois casos, o empreendedor devolve o que recebeu e fica no prejuízo. Para evitar que isso aconteça, uma startup quer ajudar quem atua no e-commerce: a Konduto, que lançou uma solução que impede a confirmação de pedidos suspeitos e evita fraudes.
A inspiração para a criação da Konduto surgiu em meados de 2013. Na época, Tom Canabarro, 27 anos, atuava em uma empresa de pagamento online e convivia com fraudes no dia a dia. Ele se juntou a Milton Tavares Neto, 25, trabalhava com big data – a companhia em que trabalhava analisava o comportamento de usuários e identificava quais deles estavam dispostos a comprar determinados produtos. Os dois se juntaram e combinaram suas áreas de atuação na Konduto.
Basicamente, a Konduto analisa o comportamento de navegação e compra do cliente para determinar se o pedido pode ou não ser uma fraude. Outros critérios de análise envolvem a localização do IP (a identificação do computador na internet) do comprador, análise de redes sociais e contadores de velocidade. "Cada um destes itens têm um peso na análise final. Com a geolocalização do IP, por exemplo, nós conseguimos saber se o produto será entregue na mesma localidade do cliente. Há muitos casos em que grupos estrangeiros fazem compras em sites brasileiros e mandam entregar em um endereço 'laranja' aqui. Já os contadores nos dizem quantas compras foram feitas com determinados IP e cartão. Muitas transações em muito tempo podem indicar uma fraude", diz Canabarro.
Quando a compra em um site parceiro da Konduto é confiável, o pedido é aprovado automaticamente. Quando há suspeitas, a startup "congela" o processo e manda um relatório para o cliente. Neste levantamento, a Konduto mostra a possibilidade de a transação ser fraudulenta. A decisão pela aprovação do pedido é sempre feita pelo dono da loja virtual. Canabarro reconhece que há a análise da Konduto pode ser equivocada. "Nem todo mundo que está nos Estados Unidos comprando um laptop às 3h da manhã em um site brasileiro, e mandando entregar em São Paulo, é fraudador. Mas a probabilidade de um pedido com estas características ser fraudulento é grande", afirma.
Na hora da revisão manual dos pedidos, entram em cena os algoritmos de aprendizagem da Konduto. "A etapa é o pente-fino da operação. É quando o lojista nos diz até que ponto ele está confortável em aceitar ou não um pedido, pois ele conhece melhor que ninguém o perfil do comprador", diz Canabarro. Quando o empreendedor aprova uma transação, motivado por uma determinada razão, o sistema "aprende" a usar aquele critério e automaticamente faz a mesma escolha no futuro.
Os interessados em testar o serviço da Konduto podem fazê-lo, gratuitamente, por 30 dias. Além disso, a startup oferece um plano gratuito, cuja análise é limitada a 250 transações. Os planos pagos custam entre R$ 199 mensais (para 500 pedidos) e R$ 1.099 (5 mil transações).
A Konduto ainda não revela quantos clientes tem. "Por enquanto, estamos trabalhando com alguns lojistas para testar a plataforma e criar cases de sucesso", diz Canabarro. No entanto, a startup já planeja ter 150 clientes até o fim do ano. Em 2015, a meta é abrir um escritório nos Estados Unidos e atuar em outros países.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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