O nocaute do brasileiro Anderson Silva sobre o compatriota Vitor Belfort no UFC, campeonato mundial de artes marciais mistas (MMA, em inglês), em fevereiro de 2011, foi a motivação para a abertura de duas empresas diferentes de roupas e equipamentos para lutadores: a Octógono Store e a franquia For Fighter.
Na época, o empresário Ricardo Maitino 25, gastou R$ 200 mil para abrir a Octógono Store, um quiosque em formato de octógono (ringue onde são realizadas as lutas de MMA) em um shopping em São Paulo (SP). E Vinicius Chelles, 31, resolveu transformar sua loja virtual em estabelecimentos físicos e investiu R$ 300 mil na criação da For Fighter, na capital paulista.
Maitino, sócio da Octógono Store, diz que, após a luta entre Silva e Belfort, foi necessário um ano de planejamento para tirar o negócio do papel. Para atrair os fãs e praticantes do MMA, a ideia foi montar a loja em um quiosque de dez metros quadrados em formato de octógono.
A rede Octógono Store tem três unidades próprias e cada uma fatura cerca de R$ 30 mil, segundo o empresário. O quiosque vende camisetas, bermudas, bonés, luvas, protetores bucais e até quimonos, cujo preço pode chegar a R$ 319,90.
Maitino estuda a expansão da empresa no modelo de franquias. Mas diz que ainda não há prazo para que isso ocorra.
Franquia For Fighter fatura até R$ 60 mil por mês
A rede For Fighter, criada por Chelles, tem sete unidades, incluindo a loja própria comandada por ele. Cada uma fatura entre R$ 40 mil e R$ 60 mil, segundo o empresário. O investimento inicial em uma loja da rede é a partir de R$ 175 mil (inclusos taxa de franquia + estoque inicial + mobília + capital de giro, reforma do imóvel não inclusa).
O empresário diz que, ao assistir a luta entre Anderson Silva e Vitor Belfort, percebeu que o MMA poderia virar uma febre no Brasil. "Sempre acompanhei o esporte e, com toda a repercussão que a luta teve, percebi que poderia transformar meu site, que era apenas um hobby, em um negócio."
Em 2012, um ano após abrir a loja física, Chelles iniciou a expansão por meio de franquias. Embora reconheça que tenha franqueado o negócio depressa, o empresário afirma que foi uma decisão acertada. "Se demorasse muito, talvez outros empresários pudessem copiar o modelo e virarem concorrentes mais fortes."
De acordo com o empresário, a cada loja inaugurada é levado um lutador profissional para uma sessão de fotos e autógrafos com os fãs. Lyoto Machida e Renan Barão, por exemplo, já participaram de inaugurações. "É um investimento em marketing que fazemos para atrair clientela desde o primeiro dia de operação", declara.
Empresários do segmento concorrem com grandes varejistas
Segundo o consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo) Marcelo Sinelli, as lojas de artigos para lutas são um nicho que está em alta, influenciado pela grande exposição do UFC na mídia. Porém, ele afirma que, por ser um esporte violento, há pessoas que repudiam a prática. "É um mercado que tende a permanecer restrito aos fãs de MMA", afirma.
Sinelli declara, ainda, que essas lojas competem com grandes varejistas no segmento de esportes, como Centauro, Decathlon e Netshoes. Como eles compram em maior escala, podem oferecer preços mais baixos para o consumidor.
"O pequeno lojista tem de ser um especialista nos produtos dele. É preciso ter uma equipe que entenda e pratique lutas para oferecer o atendimento personalizado que o grande varejista não consegue. Tentar bater de frente com o preço é quase suicídio para o negócio", diz.
No caso específico da Octógono Store, para Sinelli, a empresa erra ao não ter um provador. "Se o cliente não souber o tamanho de roupa ou quiser presentear alguém, como ele faz? Em muitos casos, ele pode desistir da compra e nunca mais voltar ao quiosque", diz.
Fonte: Uol
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